terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O Desempenho Motor de Crianças com Paralisia Cerebral


SOU MUITO MAIS DO QUE VOCÊ VÊ



A definição mais adotada pelos especialistas é de 1964 e caracteriza a paralisia cerebral (PC) como “um
distúrbio permanente, embora não invariável, do movimento e da postura, devido a defeito ou lesão não progressiva do cérebro no começo da vida”

A encefalopatia crônica não progressiva da infância, originalmente conhecida como paralisia cerebral (PC), é atribuída a lesões não progressivas ocorridas no desenvolvimento do cérebro durante o período fetal ou
do lactente. Os distúrbios motores da paralisia cerebral podem vir acompanhados por alterações sensoriais, perceptuais, cognitivas, de comunicação, comportamento, epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários

Na PC, a forma espástica é a mais encontrada e freqüente em 88% dos casos

Diante dos diferentes quadros clínicos observados, diversas modalidades de tratamentos objetivam promover saúde, independência funcional e, sobretudo, qualidade de vida a crianças com PC.
Toda criança com PC precisa ser assistida por uma equipe multiprofissional, e esta equipe tem que estar coesa em prol de um desenvolvimento mais adequado possível.

As crianças com PC apresentam dificuldade no processamento das informações necessárias para a aquisi-
ção de uma habilidade motora, além de fatores musculoesqueléticos como: fraqueza muscular, alterações no tono muscular e/ou a diminuição da amplitude de movimento, tornando-se importante uma melhor investigação quanto ao grau de comprometimento de cada criança. Isto torna o aprendizado de habilidades motoras específicas mais difícil quando comparado as crianças sem alterações neuromotoras

Contudo, com a intervenção adequada o sistema nervoso pode se reorganizar, sendo uma propriedade do sistema nervoso, onde todas as formas e mecanismos para estimular e/ou ativar as habilidades motoras
são conhecidas como plasticidade. Portanto, a atividade realizada nas terapias (fisioterapia, terapia ocupacional,fonoaudiologia, estimulação visual, entre outras) torna--se um fator crucial para aperfeiçoar a recuperação, ou seja, mesmo com uma lesão no Sistema Nervoso Central é possível aprender e reter as informações aprendidas.

As informações referentes às limitações são queixas principais de crianças, pais e familiares, assim a avaliação do desempenho funcional destas crianças possibilita aos profissionais de saúde fundamentar sua prática terapêutica e orientar seus cuidadores. (É importante focar em todas as possibilidades das crianças)

É de grande importância estimular e incentivar a criança PC a realizar suas habilidades motoras tanto no
ambiente terapêutico, quanto familiar, independente do quadro topográfico, e estes estímulos devem ser inseridos precocemente.

A maioria dos responsáveis apresenta uma dificuldade em lidar com a criança PC por vários motivos, entre eles destacam-se a não aceitação da patologia, a opinião de que com o tempo tudo passa e ela irá melhorar, a concepção religiosa ou a postura negativista que admite que as intervenções são inefetivas, pois toda criança com PC apresenta retardo mental e nunca será independente.
É possível enumerar outros tantos preconceitos, mas o que devemos ter em mente é que a criança com PC tem uma capacidade imensa de se recuperar e de adquirir habilidades motoras e funcionais que a farão feliz para viver da sua maneira.

Sendo assim, quanto antes as crianças com PC receberem intervenções apropriadas, mais rapidamente
conseguirão melhorar suas atividades motoras e serem mais independentes e autoconfiantes.


Adaptação do texto de Jacqueline Maria Resende Silveira Leite
(Fisioterapeuta, doutoranda do programa de Medicina Interna e Terapêutica, disciplina de Medicina de Urgência e Profa. Mestre do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Lavras – UNILAVRAS, Lavras-MG, Brasil.)




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